segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ontopsicologia e a exatidão do pesquisador para o exercício científico

O termo ciência não é mais entendido em sua acepção profunda – do latim scio ens, que significa saber o ser, saber junto com a ação – mas, como um saber inferido através da análise da causalidade externa, da relação entre objetos.

Somente no século XX foi denunciada pela primeira vez a crise das ciências europeias, graças à intervenção do filósofo alemão Edmund Husserl (1859-1938), que em algumas conferências realizadas em Viena e em Praga em 1935, realçou como o excessivo “intelectualismo” das ciências modernas, que se tornaram cada vez mais especializadas graças à influência do Positivismo, tinha desviado a atenção sobre todos os apelos fundamentais para a humanidade (por exemplo, o sentido ou o não-sentido da existência), e como as ciências estavam sendo fundadas sobre um critério não objetivo, mas convencional.

Para enfrentar tal problema, Husserl declarava que era indispensável refundar a ciência, para dar espaço a uma psicologia capaz de entrar no mundo-da-vida – entendido como reino de evidências originárias – capaz de encontrar o critério de exatidão, de verdade, de realidade, indo além de todas as opiniões e tradições, e assim entrar diretamente no fazer-se das coisas segundo as leis do universo. Para chegar a isso, é indispensável fazer epoché, ou seja, “suspensão do juízo”: liberar-se dos pressupostos das crenças comuns e das ciências, assim como dos conteúdos doutrinais das filosofias, para alcançar a unidade de consciência (subjetividade pura), na dimensão da experiência evidente.

A ciência ontopsicológica nasce como a sistematização desses elementos, dando, porém a base concreta para iniciar a fundar ciência exata.

Em resumo, a Ontopsicologia é o modo no qual a lógica do homem pode colher o ser, o real entendido no sentido de um físico, de um matemático, de um filósofo ontológico, uma vez que descobriu as três realidades principais para compreender a existência humana, e sobre as quais funda toda a própria teoria e práxis:

1. Em Si ôntico: projeto base de natureza que constitui o ser humano;
2. Campo semântico: comunicação base que a vida utiliza ao interno das próprias individuações;
3. Monitor de deflexão: grelha-filtro que interfere na exatidão dos processos cognitivos e voluntarísticos do ser humano.

Para mais informações sobre a metodologia ontopsicológica, consultar a obra de Antonio Meneghetti, Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2004.